Maio deve superar o número de mortes por covid de todo ano de 2020 no Piauí, aponta projeção
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Projeção realizada por pesquisadores da Ufpi em parceria com a Fiocruz aponta que número de mortes por Covid até maio de 2021 será maior que todo ano de 2020 no Piauí
Os reflexos da pandemia do novo coronavírus já haviam transformado o ano de 2020 como o de maior número de mortes registradas no Piauí. Mas esse terrível cenário pode ser ainda pior em 2021. Somente de janeiro até 22 de abril deste ano, foram 2.215 mil óbitos registrados no Estado, enquanto todo ano de 2020 foram notificados 2.840 mortes, revela o levantamento feito pela Universidade Federal do Piauí (UFPI), em parceria com a FioCruz.
Uma projeção feita entre as duas instituições mostra que a soma de mortes por Covid-19 dos cinco primeiros meses de 2021 será maior que todo o ano passado no Piauí. “Se mantido o ritmo atual, o acumulado de apenas 5 meses de 2021 baterá todo o ano passado em mortes por Covid. O sul do Estado já ultrapassou essa marca” afirmou o pesquisador Emídio Matos, que integra o núcleo que acompanha o avanço da pandemia no Estado e faz parte do COE estadual.
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O professor acrescenta que alguns territórios de saúde do Piauí como de Parnaíba, Campo Maior e Oeiras, os números de mortes por Covid-19 em 2021 já superaram as de 2020. Ele lembra ainda que com a maioria das unidades de saúde em colapso, as estatísticas podem ser ainda mais desastrosas.
Para o pesquisador, é fundamental quebrar o ciclo de transmissão do vírus através de intervenções não farmacológicas: distanciamento físico, higienização frequente das mãos e o uso correto de máscaras. Só isso? Não. Testar de forma regular em todos os territórios de saúde, observando os surtos de infecção e fazendo medidas restritivas mais duras a partir desses dados e não de forma generalizada.
“É preciso rastrear contactantes de forma célere, testar e orientar para a quarentena correta, garantindo segurança alimentar para os mais vulneráveis. Não podemos apostar em UTI como solução. UTIs são fundamentais, mas, definitivamente, não são a solução”, avalia Emídio Matos.
E como solução definitiva, será imunizar pelo menos 70% da população. “Isso vai fazer com que o vírus desapareça? Muito provavelmente não, mas certamente poderemos mudar o status de pandemia para uma doença endêmica”, pontuou.
Vale lembrar que em outro estudo realizado pelo Núcleo de Estudo em Saúde Pública da Universidade Federal do Piauí (UFPI), em parceria com Fiocruz, divulgado no final de fevereiro indicavam a projeção que o Estado atingiria um pico de 23 mortes diárias por Covid-19 no mês de maio e até 31 óbitos por dia no pior cenário. Enquanto, na verdade, esse número foi ainda maior, sendo notificados mais de 40 mortes em único dia no Piauí nas últimas semanas.
Por Meio Norte
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