Criança agredida em Porto Real pode ficar em estado vegetativo permanente
Foto de Reprodução |
A Justiça decretou, na última quarta-feira (21) a prisão preventiva das duas mulheres acusadas de agredir e torturar uma menina de 6 anos em Porto Real, no Sul Fluminense, ao longo do último fim de semana. Na decisão proferida após a audiência de custódia, o juiz Marco Aurélio da Silva Adania frisa a gravidade das lesões sofridas pela vítima, que é filha e enteada das acusadas:
"A criança vinha sendo privada de alimentação há meses e, por conta das agressões sofridas, encontra-se internada em estado grave, apresentando hemorragia intracraniana inoperável e sério risco de vir a óbito ou permanecer em estado vegetativo", pontua um trecho do texto.
Ao optar por mantê-las presas, o magistrado também enumerou detalhes da violência contra a menina na casa da família. Segundo a mãe da madrasta da criança, que também mora na residência, as agressões começaram no fim da noite de sexta-feira e continuaram por pelo menos 48 horas. Foram "socos e chutes por diversas vezes", além de a vítima ter sido "arremessada contra a parede e contra um barranco de 7 metros de altura, e de ser chicoteada com um cabo de TV", sendo submetida a "intenso sofrimento físico e psicológico", conforme afirma o juiz na decisão.
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O magistrado ressalta ainda que as duas presas confessaram o crime à 100ª DP (Porto Real), responsável pelas investigações. Também pesou contra as mulheres o fato de que o socorro só foi acionado na manhã de segunda-feira, quando a menina já não apresentava nenhuma reação — "talvez por temerem seu falecimento", diz o juiz.
Por fim, foi destacado o histórico de violência por parte da madrasta, que tem, entre outros crimes, uma passagem na polícia por agredir fisicamente a própria mãe, uma das testemunhas, agora, no caso envolvendo a menina. "A prisão das flagranteadas merece ser mantida para a conveniência da instrução criminal, diante do fato de que as testemunhas/vítimas, por certo, sentir-se-ão amedrontadas em prestar depoimento estando estas em liberdade", argumenta o magistrado.
Na audiência de custódia, a madrasta da menina informou à Justiça ter sofrido "violência no ato da prisão" — resposta para um questionamento de praxe neste tipo de procedimento. O juiz Marco Aurélio da Silva Adania determinou, então, que cópias dos autos fossem remetidas à Corregedoria Geral da Polícia Militar e à Auditoria Militar, "para apurar eventuais agressões praticadas".
Por Extra.Globo.com
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