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Comerciante apontada como suspeita de matar advogada disse que poderia ter sido linchada

Izadora Mourão. Arquivo Pessoal

Uma das comerciantes que teria sido apontada como suspeita, na versão da família,
sobre o assassinato da morte da advogada Izadora Santos Mourão, 41 anos, em Pedro II (a 195 km de Teresina) disse que viveu momentos “péssimos” com a acusação. O irmão da advogada, João Paulo Mourão, foi preso suspeito do crime. Uma faca foi achada dentro do quarto dele. 

Maria Alves, que é revendedora na cidade, concedeu entrevista ao repórter Nei Silva da Rádio Cidade Verde e disse que no dia do crime estava em sua chácara, quando a polícia chegou com seu marido no local. Ela disse que não conhecia a advogada e nem a rua que ela morava. 

“Foi péssimo! Péssimo, péssimo! Meu Deus do céu! Todo mundo me conhece, conhece minha família. Foi uma coisa horrível. Eu sai daqui tranquila para o meu terreno, minha characazinha e nem sabia disso. Eu estava com o rádio ligado, mas nem sabia o nome dessa Izadora, nem conhecia essa rua”, afirmou a comerciante.

Maria disse que o marido foi abordado no meio da rua pela polícia, que queria saber onde ela estava, já com a história de que ela seria suspeita do crime. Ela argumenta que por isso ele teria se exaltado.

“Ele desacatou porque a polícia perguntou por mim, e ele disse que eu estava no terreno e disseram que estavam me investigando por causa da morte de uma mulher, por causa de mil contos, mil e duzentos contos. Ai meu marido apelou, algemaram ele e colocaram dentro do carro e foram atrás de mim lá no terreno”, contou Maria ao repórter Nei Silva da Rádio Cidade Verde em Pedro II. 

Risco de linchamento

Maria Alves afirma que muitas pessoas se solidarizaram com ela dizendo que não acreditavam, mas que, quando começaram a postar a foto dela e da irmã na internet, muitas outras acreditaram.

“Meus meninos nem dormiram de noite, preocupados. Se isso fosse em uma cidade grande já tinham me linchado por uma coisa que eu não fiz e jamais faria um negócio desses. Eu fiquei triste e até ontem ainda diziam que tinha sido a Maria Alves, porque tinha até pego o marido dela. Depois que prenderam o irmão, apagaram as postagens”, declarou a comerciante.

Ela alerta às pessoas a não acreditarem em tudo que dizem na internet. “Acho melhor as pessoas que têm internet, não é tudo enquanto você ver que vai confirmando que é certo e que é verdade, que tem é certeza! Me viram até eu passar na porta de moto. E quando aconteceu isto ai (a prisão do irmão) apagaram”. 

Maria disse que está decepcionada e nunca imaginou passar por isso. 

O irmão da vítima está preso em Teresina no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). 


Por Caroline Oliveira / Cidade Verde

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