Empresas da China intensificam compra de terras no exterior e preocupam analistas
📷Foto de Reprodução |
Empresas da China tem atuado agressivamente na aquisição de terras em diversas partes do mundo, sobretudo na Ásia e na África. A área total das aquisições chinesas na última década equivale à superfície inteira de um país como o Sri Lanka ou a Lituânia, informa o jornal japonês Nikkei.
Analistas manifestam preocupação com a ação porque muitos dos países em questão, por vezes fontes de alimentos e outros recursos naturais, podem passar a ser controlados por Beijing. “As leis devem ser ainda mais rígidas para evitar o encurralamento descontrolado de terras”, diz Hideki Hirano, professor da Universidade Himeji.
Em Mianmar, empresas chinesas têm vastas propriedades para cultivar banana. O investimento foi tanto que a exportação de bananas no país saltou de US$ 1,5 milhão em 2013 para US$ 370 milhões em 2020, segundo dados da ONU (Organização das Nações Unidas). O principal destinatário do produto é a China.
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Ações como essa de Mianmar acabam por transformar a paisagem local, algo notado também na província de Binh Phuoc, no sul do Vietnã. Por lá, a produção de borracha está ameaçada por uma extensa área de criação de porcos de 75 hectares instituída em 2019.
Entre 2011 e 2020, empresas chinesas adquiriram 6,48 milhões de hectares de terras dedicadas a agricultura, silvicultura e mineração em todo o mundo, segundo a Land Matrix, organização europeia de monitoramento de terras. Como base de comparação, companhias britânicas controlam 1,56 milhão de hectares, contra 860 mil hectares das americanas e 420 mil hectares das japonesas.
A compra desenfreada de terras atende à crescente demanda por recursos naturais resultante do desenvolvimento econômico da China, num momento em que o mundo sofre com a escassez de matéria-prima em diversos setores. Isso fica evidente na República Democrática do Congo, que tem exportado quantidade cada vez maior de madeira para a China, em meio à alta nos preços da commoditie no mundo.
Os empréstimos fornecidos por bancos chineses também fazem parte do processo de conquista de territórios. O Sri Lanka, por exemplo, foi incapaz de pagar suas parcelas e acabou forçado a ceder o controle de um porto no sul do país à empresa CHEC (Companhia Chinesa de Engenharia Portuária, da sigla em inglês). O contrato de arrendamento tem a duração de 99 anos.
Redação do Portalphb
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