Motoristas e cobradores voltam a paralisar atividades e Zona Sudeste de Teresina fica sem ônibus
Foto de Reprodução |
Os motoristas de ônibus e cobradores do Consórcio Theresina, que atuam na Zona Sudeste da capital, decidiram paralisar as atividades nesta sexta-feira (19), por falta de pagamento dos salários atrasados por parte do Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (Setut).
Na última segunda-feira (15), motoristas e cobradores de ônibus do sistema de transporte público de Teresina decidiram suspender a greve da categoria que durava 35 dias, após uma audiência de conciliação promovida pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 22ª Região, entre os trabalhadores e o Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (Setut).
No acordo, os motoristas e cobradores se comprometeram a suspender a greve pelo período de 90 dias, com a condição de os empresários pagarem o salário referente ao mês de janeiro até quinta-feira (18), o que não aconteceu, segundo a categoria.
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“A gente mais uma vez queria pedir desculpa aos passageiros de Teresina. Nós sabíamos que se não aceitássemos [a proposta dos empresários], teríamos que voltar a trabalhar do mesmo jeito. Então aceitamos e até meia-noite de ontem esperamos receber o dinheiro. A gente trabalha aqui para não receber. Nós fizemos a nossa parte e voltamos”, afirmou o motorista Antônio Cardoso em entrevista para a TV Clube.
O motorista destacou ainda que o Setut não tem dialogado com a categoria e que eles só retornarão ao trabalho se receberem o pagamento.
“Não há dialogo entre trabalhador e Setut e a gente aguenta tudo, mas não tem diálogo. Estamos dispostos a conversar, mas por parte dos empresários e do Setut não tem isso. A gente só volta a trabalhar se a gente receber dinheiro, porque a Transcol pagou para os seus trabalhadores”, disse Antônio Cardoso.
Intervenção da Justiça
A presidente do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) do Piauí, desembargadora Liana Ferraz, informou que iria determinar o fim da greve na terça-feira (16), caso a categoria não aceitasse o acordo proposto.
A desembargadora afirmou que iria determinar o retorno dos trabalhadores aos postos de trabalho por uma liminar. “Serviços essenciais não ficam entre os empresários e o trabalhador", afirmou.
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A greve
As reivindicações dos motoristas e cobradores de ônibus são os salários atrasados e o pagamento de benefícios, como ticket alimentação e plano de saúde, que não foram pagos desde o início da pandemia.
Do outro lado, as empresas do sistema afirmam que, por conta da queda na movimentação de pessoas pela cidade causada pela pandemia de coronavírus, o faturamento caiu impossibilitando o pagamento dos trabalhadores.
As empresas afirmam ainda que a Prefeitura de Teresina deixou de fazer o repasse do subsídio referente ao preço da passagem de ônibus por dez meses em 2020. A dívida chegou a cerca de R$ 20 milhões. A Prefeitura aceitou pagar o débito de forma parcelada.
Fonte: G1
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