Dezenas de cidades têm carreatas pró-impeachment
Presidente Jair Messias Bolsonaro - Foto: Isaac Nobrega/pr |
Organizadas por entidades e partidos da oposição, as manifestações cobraram o chefe do Executivo por sua atuação na pandemia. Os pedidos de vacina e de afastamento deram o tom dos atos, marcados por críticas ao atraso na imunização da população contra a covid-19.
Na capital federal, de acordo com a assessoria da Polícia Militar, cerca de 500 veículos participaram do protesto.
Em São Paulo, a carreata começou na Assembleia Legislativa, em frente ao Parque Ibirapuera, passou pela Avenida Paulista e terminou na Praça Roosevelt, acompanhada também por ciclistas e motociclistas. Do alto de um carro de som, políticos se revezaram ao microfone, incluindo o ex-candidato do PSOL à Presidência e à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos. "Estamos aqui para dizer que não vamos esperar até 2022; são vidas que estão em jogo. É agora o momento de derrotar Jair Bolsonaro", discursou Boulos, um dos organizadores do protesto.
De acordo com a Central Única dos Trabalhadores (CUT), integrante da coordenação das manifestações, foram registradas carreatas em 87 cidades.
No Rio, a manifestação reuniu cerca de 100 carros e causou lentidão no trânsito, mas sem ocorrências, de acordo com a Polícia Militar. A carreata ocupou uma faixa de uma das principais avenidas da cidade, a Presidente Vargas.
Esquenta
Além de PSOL e CUT, a coordenação nacional das manifestações incluiu as frentes Brasil Popular e Brasil sem Medo, reunindo ainda PT, PSTU, PDT, PSB, PCdoB e Rede. Ao som de buzinas, manifestantes pediram o fim da gestão do presidente da República "Acabou, acabou! Vai embora (Bolsonaro), leva toda a sua gangue", gritou uma manifestante na capital federal. Na avaliação da porta-voz do partido Rede Sustentabilidade no DF, Ádila Lopes, a mobilização de ontem foi um "esquenta" para o ato previsto para o dia 31 de janeiro, véspera da eleição para as presidências da Câmara e do Senado (cabe ao titular da Câmara dar andamento a qualquer pedido de impeachment).
Para Ádila, o apoio de movimentos de direita ao impeachment de Bolsonaro mostra uma oportunidade de convergência em prol da democracia: "Quando você chega a situações delicadas como a que a gente tem, essas movimentações tendem a ir caminhando para um funil, de modo que, em algum momento, se encontrem". A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, que também marcou presença na carreata em Brasília, convocou a população a manter as cobranças pela saída do presidente Bolsonaro em manifestações, panelaços e pressão nas redes sociais.
Conforme o Estadão mostrou, atores políticos que estiveram em lados opostos durante o impeachment da presidente Dilma Rousseff agora pedem juntos a saída de Bolsonaro. É o caso da Frente Brasil Popular e a Frente Povo Sem Medo, que apoiaram a petista em 2016, e o MBL e o Vem Pra Rua. Entretanto, os protestos organizados por cada grupo estão sendo marcados para dias separados.
O Acredito, movimento de renovação política, e os grupos de esquerda organizaram seus protestos ontem, enquanto os grupos de direita marcaram seus atos para este domingo.
Popularidade
Influenciada pela situação da pandemia da covid-19 no País, marcada pela crise no fornecimento de oxigênio na rede de saúde de Manaus (AM), a popularidade do presidente já se mostra abalada.
Pesquisa Datafolha divulgada na sexta-feira indicou aumento do número de insatisfeitos com Bolsonaro: 40% da população avalia sua atuação como ruim ou péssima, comparado com 32% que assim o consideravam na edição anterior da sondagem, no começo de dezembro.
Por Estadão Conteúdo
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