A canoa de pesca artesanal, um patrimônio do litoral do Piauí

Canoa monóxila (Piroga) em exposição museu da Ilha - Luís Correia.

A embarcação, conhecida genericamente como canoa, junto com a balsa e a jangada é a mais antiga embarcação utilizada pelo homem, sendo uma evolução da Piroga, uma embarcação de um tronco só que era utilizada pelos povos indígenas, em várias regiões do mundo.

A existência dessa embarcação milenar em solo brasileiro é comprovada pelo escrivão português Pero Vaz de Caminha, em sua carta ao Rei de Portugal, em meado do ano de 1.500, quando ele fez o registro de indígenas utilizando essas embarcações, que ele chamou de almadia.

Canoas de pesca artesanal - Pedra do Sal ((c)) Walter Fontenele

Segundo o historiador pernambucano Evaldo de Mello em sua obra, “Canoas do Recife: um estudo de micro história urbana”, os colonizadores se adaptaram tão bem a canoa Monóxila que passaram a utiliza-las para sua locomoção.

 Apesar de sua origem e denominação nos remeter aos primeiros habitantes da América, a canoa sobreviveu ao tempo, sendo ainda hoje utilizada em todo o litoral do Piauí, guardando resquícios das primeiras embarcações utilizadas pelos povos indígenas, que habitaram a região.

.         A canoa não pode ser vista apenas como um meio de locomoção ou como um apetrecho usado para a pesca em pequena escala,  pois essa embarcação respira cultura, desde a escolha da árvore, passando pelo corte da madeira até seu acabamento final. 

Em outros munícipios Brasil afora,  a canoa já foi inclusive instituída como um patrimônio cultural, através de Projeto de Lei, pois é assim que ela deve ser vista.

Por Walter Fontenele