“Passamos a acreditar no voto eletrônico”, diz Bolsonaro
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O presidente Jair Bolsonaro afirmou na sexta-feira (05) que a polêmica em torno do voto eletrônico, cuja credibilidade ele questionou durante quase todo o seu mandato, "é um assunto encerrado". "Passamos a acreditar no voto eletrônico", disse a uma plateia de apoiadores e autoridades em Ponta Grossa, no Paraná, para onde Bolsonaro viajou pela manhã.
"O ideal é [voto] o impresso, mas o eletrônico dessa forma, com a nossa participação, assim como tem outras entidades confiáveis também... Tem umas dez [entidades], e nós estamos jogando juntos. Agora vai dar certo", afirmou o presidente.
"Agora, até há pouco tempo não era assim que era feito. Então, dava margem a suspeições, a críticas. Creio que isso é um capítulo encerrado", acrescentou.
Bolsonaro se referia a mudanças promovidas em agosto pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, para tentar reduzir os danos provocados pelos ataques de Bolsonaro à urna eletrônica. Entre elas, está a criação de uma comissão externa de transparência para acompanhar o funcionamento do sistema eleitoral.
Farão parte do colegiado, entre outros, o Congresso, as Forças Armadas, a Polícia Federal, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), o Ministério Público e universidades.
"Vai ser confiável porque tem uma portaria lá do TSE, ministro Barroso, convidando entidades para participar das eleições. Entre as elas, as nossas, as suas Forças Armadas", disse Bolsonaro. "E eu determinei ao ministro da Defesa, general Braga Netto, que já que fomos convidados aceitamos. E passamos a acreditar no voto eletrônico."
Segundo o presidente, "as Forças Armadas, com suas equipes de inteligência, participaremos de todo o processo eleitoral".
"Não seremos moldura. Eu acho que é isso que o ministro Barroso quer. Então, teremos um voto confiável no ano que vem", reforçou.
Bolsonaro chegou a xingar Barroso e a proferir ataques ferozes ao sistema eleitoral. Mais de uma vez, ele disse que apresentaria "provas", por exemplo, de que teria sido eleito em primeiro turno em 2018. Mais tarde, ele recuou. "Não temos provas", admitiu em julho deste ano, embora tenha insistido nas acusações.
Seu comportamento só mudou depois dos atos de 7 de Setembro. As falas de Bolsonaro contra membros do Supremo Tribunal Federal (STF) levaram o presidente da Corte, Luiz Fux, a cancelar em agosto uma reunião entre chefes dos três Poderes. Em nota, Bolsonaro chegou a pedir desculpas por palavras ditas "no calor do momento", mas o encontro não foi remarcado.
Por Valor Econômico
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