Cultura: o folclórico Mario Boi
Mário Boi. Foto de Reprodução |
Mário boi, para os íntimos médico, pois é assim que ele gosta de ser chamado.
Mário Boi é uma figura sem igual. Voltei a encontrá-lo, muito longe daquela criança ao lado do pai. Hoje convivo lado a lado com ele e tive o prazer de por diversas vezes jogar com ele. Isso mesmo, ainda joguei algumas partidas com o grande goleiro. E o mais gostoso sempre fica para o final, pois depois de toda partida de futebol tem aquela boa e velha resenha, onde todos querem dizer alguma coisa. Nesse meio tempo, Mário boi sai de fininho com sua mochila, vai ao vestiário e ao retornar, vem todo transformado, roupa de garotão, tênis e um perfume que de longe se espalha pelo ambiente. Sempre acompanhado de seu copo de alumínio, pois ele não usa copo a não ser o dele. Cheio de superstições, Boi não come todo tipo de comida e não toma remédios orientados pelos seus amigos “médicos”, pois ele mesmo faz seu diagnóstico e se “cura”. Sempre relata que não precisa ser consultado por ninguém. Temeroso a Deus, não abandona suas fitinhas de Nossa Senhora ou São Francisco. Realmente é uma figura. Daí começam as brincadeiras, e seu nome é tema para diversas histórias, como por exemplo, quando ele eleito o melhor jogador da partida e ganhou um prêmio ofertado pelo patrocinador de uma determinada emissora de rádio. No final da partida o repórter se dirigiu até o gramado e o indagou:
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- Mário Boi, você foi eleito o melhor jogador da partida. O que o grande atleta tem a dizer?
- Apenas agradecer e fico muito feliz por isso. O que eu vou ganhar?
- Meu amigo você, por ter sido eleito o melhor jogador por nossa equipe de jornalistas, vai ganhar um ganhou um “motor-rádio.”
- Que bom.
- O que você vai fazer com esse “motor-rádio”?
- É simples, o rádio eu vou dar para minha mãe, e o motor eu vou usar para eu ir aos treinos do Parnahyba.
O mais incrível é que “motor-rádio”, era um lançamento de um rádio portátil, que na época fazia o maior sucesso. Em outra oportunidade, Boi, foi candidato a vereador em Parnaíba. Após a apuração dos votos e sem conseguir se eleger, Boi, se perguntou:
- Como não consegui ser eleito, já que todos os meus amigos votaram em mim? Me enganaram? Mas, pelo menos, vou perguntar a minha mãe porque ela não votou em mim. Chegando em casa foi perguntar a sua mãe em quem ela tinha votado:
- Votei eu você, escrevi na chapa: “Meu filho”.
- Ah, mamãe, pois eu acho que fui roubado, pois nem o meu voto apareceu e eu votei em mim mesmo, lá na minha chapa eu escrevi: “Eu”.
Mário Boi hoje ganha à vida dando massagens, além de manter uma escolinha de futebol que funciona no Estádio Municipal Pedro Alelaf.
Texto: Marivaldo Lima
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